terça-feira, 29 de março de 2011

Carnaval II - O Beijo da Raposa




Se a Raposa soubesse o quanto é bonita...
Se a Raposa soubesse que seu olhar me inspirou a amar
Se a Raposa soubesse que seus lábios foram fonte de vida
Ela saberia que o que ela procura longe dos seus olhos está ali nela mesma e ela precisa apenas de um belo espelho
Depois do beijo da Raposa...

Preciso continuar minha história de carnaval e esta parte é a que mais me emociona, não tenho um porquê específico é apenas um momento capaz de fazer sentido para alguém cheio de questões. O domingo passou bem tranquilo fui ao cinema e li meu livro na praça de alimentação no shopping um desses programas bem solitários que admito amo fazer. Assisti uma comédia romântica e na volta vi a queima de fogos de uma escola de samba qualquer. #Cool
Vamos ao grande dia... Na segunda de carnaval eu já tinha desanimado e pensando que tudo estava acabado por que meu plano de ir a Le Boy havia entrado pelo cano e por isso perderia um dia do carnaval que resolvi “ferver”. No entanto, tudo mudou quando pelo MSN meu amigo me convidou: Vamos ao Rio? Sim, onde te encontro? No centro! Ok!
Uma hora e meia depois eu desci de uma van na Av. Presidente Vargas e contemplei o mundo... Foi como abrir os olhos pela primeira vez, vi os carros alegóricos, as pessoas na rua, crianças, idosos e famílias inteiras passeando. Por um momento me perguntei onde estive este tempo todo? Confesso não sei responder de verdade, mas estava dando meus primeiros passos naquele momento foi como um nascimento de uma criança, criança esta que me assustava muito.
Encontrei meu amigo e junto com ele estavam os amigos dele, alguns eu já conhecia dos blogs que leio (sou fã). Meninos super legais, especiais, fofos, humanos, mas um olhar especial naquele grupo me chamou atenção... O olhar da Raposa. A Raposa é um homem sedutor sua voz gostosa tinha uma mistura de sotaques que só um homem contemporâneo pode obter, sua barba por fazer e seu estilo vintage só me deixou mais encantado.
Passeamos pela Av. Rio Branco, comprei um Ice para me soltar e então explorar o mundo... Seguimos um bloco bem família, encontrei alguns rostos conhecidos, rir horrores, muitas vezes sozinho, muitas vezes em silêncio porque em meio ao novo ia tirando conclusões... Paramos no meio do caminho e agora para onde ir? Todos pensaram... Eu já falei com vocês da Farme de Amoedo? Pois então voltei para lá (todos digam AGAIN). 
O texto anterior, rico em primeiras impressões, fala de conflitos meus... SIM sou meio complexado com o tema, pois acho um horror essa coisa do exibicionismo gay e da discriminação que existe no meio. Barbie não curtem Ursos que não curtem os Afeminados... UM SACO, por favor, concordem comigo é algo muito chato. Gays estão sozinhos porque ficam procurando príncipe encantado quando na vitrine só tem sapo, posso parecer radical, mas gosto de pessoas sem tipo específico.
Fiquei com meus novos amigos, mas não consegui parar de pensar no meu ex, não vou contar essa historia aqui, vi os meninos se permitindo se jogando no carnaval e eu ali parado. Senti-me por vezes uma vela, um segurança, sei lá, eu queria ficar com a Raposa o seu cheiro, seu olhar, sua boca... Devora-me (acho que gritei em silêncio). Depois de observar seus beijos em outro, resolvi perguntar se eu teria uma chance eu sabia que não e foi isso que ouvi, mas mesmo assim... Um Selinho e um Beijo.
Não investi, não quis ser o chato que fica em cima, uma espécie de empata foda, afinal a raposa veio à caça e estava à procura de algo mais saboroso. Na verdade, depois disso eu não entendi como cheguei ali, passou um filme em minha cabeça, pensamentos mil, eu estava feliz, estava em paz, estava em um lugar não mais estranho e desejando alguém como eu não desejava há muito tempo foi aí que eu percebi que estava vivo e pronto para procurar um novo amor...
Andamos mais um pouco até a praia onde rolava uma festa, lá encontrei alguns amigos ditos “heteros” da faculdade sorri na cara deles (isso não importa). Despedi-me dos queridos e meus olhos contemplaram pela ultima vez a Raposa, aquele homem com um poder que ele mesmo desconhece e voltei pela Farme em direção ao ponto de ônibus. No caminho, em meio à multidão um homem me puxou e me beijou sem falar nada estava em um grupo ele era alto, negro e acredito que gringo... Não dei importância voltei de ônibus até o centro da cidade.
Já se passaram vários dias depois de tudo isso... Lembro-me da chuva quando desci no centro, da van cheia de bêbados e da minha emoção. No entanto, o meu pensamento é o mesmo quero encontrar alguém, apagar meu passado e começar de novo e isso devo a Raposa. Sei que essa voltou para sua toca e sei que mal se lembra de mim e tampouco do nosso beijo, sei também que o nosso curto tempo juntos, horas apenas, jamais seria o enredo de uma estória especial... Seria apenas um verso de poucas rimas.
Ao som de Roxette eu consigo terminar essas linhas, sim a letra de “It Must Have Been Love” me mostra um amor que não deu certo, somos diferentes e iguais ao mesmo tempo... Estamos à caça, mas de um amor. Touch me now, I close my eyes and dream away... Como seria? Apenas mais uma pergunta retórica, sem pretensões. Espero que se um dia a Raposa ler meu texto não me odeie por narrar um pouco da sua vida, espero que essa saiba que sua inteligência, carinho e ousadia trouxeram vida a um menino avesso como eu...
  
Se a Raposa soubesse o quanto é bonita...
Se a Raposa soubesse que seu olhar me inspirou a amar
Se a Raposa soubesse que seus lábios foram fonte de vida
Ela saberia que o que ela procura longe dos seus olhos está ali nela mesma e ela precisa apenas de um belo espelho.
Depois do beijo da Raposa... Eu Voltei a Amar.

Beijos Coloridos
Sandro Katt

2 comentários:

  1. meu caro, esta raposa aqui não se esqueceu de vc não
    vc é uma pessoa incrivel
    e eu fico honrado em merecer uma citação no seu blog
    e principalmente todos esses elogios
    agradeço mto

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  2. Ual... Katt, vc é foda... Muito bom o texto, de verdade!!! Nem tenho o que falar... rs
    Bj procê... até o próximo

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